OS ORGÂNICOS E O TÉDIO DE VENCER SEMPRE


Os Orgânicos e o tédio de vencer sempre

Por Cobi Cruz

Todo começo de ano é a mesma história: fechado o balanço, somados os pontos, os orgânicos crescem em relação ao período anterior.

E 2020 vai ficar na memória do movimento como o nosso 7×1, pois, enfrentando o terrível adversário da pandemia, conseguimos chegar a um avanço recorde de aproximadamente 30% em relação a 2019 e um faturamento ao redor de R$ 5,8 bilhões. Os números da goleada impressionam, mas não são um acidente.

Basta olhar as tabelas dos campeonatos anteriores para verificar que estamos diante de uma tendência e não de um acontecimento isolado. Por exemplo, nosso time quadruplicou as vendas entre 2003 e 2017 e crescemos 15% em 2019. E a melhor notícia é que o tédio da vitória não deve reduzir o nosso desempenho, pois existe a consciência de que ainda estamos bem longe do auge da nossa forma física, técnica e tática. Temos muito a evoluir e a ocupação do espaço em campo está apenas começando. O consumidor médio começa a vir para o nosso lado, inclusive o das cidades do interior. Por isso, não se trata apenas de disputas isoladas, mas uma firme tendência, um cenário que se consolida, no qual a alimentação saudável está ganhando terreno.

Em 2020, avançamos em produtividade, amadurecemos nossas tabelinhas com o grande varejo, mostramos fôlego nas feiras de rua, lançamos com precisão nas entregas programadas de cestas e fizemos bonito no comércio online. Agora, feitas as contas, ponderando os efeitos da crise, projetamos um crescimento de 10% em 2021. Número com os pés no chão, mas que pode mudar no decorrer do ano, pois o jogo é jogado todos os dias, com talento individual, mas, principalmente, com o entrosamento e a união do grupo.

Juntos, precisamos manter a torcida que conquistamos, aperfeiçoar a comunicação com os consumidores, inclusive com os novos nichos que agora se mostram dispostos a levantar nossa bandeira. A bandeira que defende a alimentação saudável, a pureza, o sabor e o potencial de nutrição, mas que traz importantes efeitos colaterais, como sustentabilidade ambiental, aumento da renda no campo, redução das migrações às periferias das grandes cidades e manutenção dos jovens talentos empreendedores em suas regiões.

As vitórias merecem ser festejadas, mas a próxima partida é sempre a mais empolgante.

Tédio? Nunca mais.

Cobi Cruz, é diretor da Organis – Associação de Promoção dos Orgânicos cobi@organis.org.br www.organis.org.br

Rua Adolfo de Oliveira Franco, 116 – 80310-640 – Curitiba-PR