FRANCISCO SAMONEK, UMA HISTÓRIA DE VIDA POR OUTRAS VIDAS

Samonek orientando os seringueiros na formação de painel nas seringueiras

FRANCISCO SAMONEK, UMA HISTÓRIA DE VIDA POR OUTRAS VIDAS

Exclusivo por Kátia Bagnarelli – Fotos Samonek e equipe

 

O nosso entrevistado chegou até a pauta da redação através de uma apresentação intermediada por Alexandre Harkaly, CEO da maior certificadora de orgânicos da América Latina, a IBD. A recomendação era a de que deveríamos abrir espaço para ouvir uma das mais importantes vozes da Amazônia e que o resultado desse encontro seria surpreendente.

Foi num final de tarde de segunda feira que tive o privilégio de ouvir por duas horas ininterruptas, o Francisco.

Ele me recepcionou logo dizendo, “É uma história de vida. Começo assim porque foi uma opção que nós fizemos, porque somos instigados, a vida da gente é feita, não por aquele caminho que você quer trilhar e sim o caminho que se apresenta para você.”

Compreendi perfeitamente que este seria o fio condutor para tudo o que se apresenta aqui, a você leitor, que, certamente, tentará não ser mais o mesmo após essa matéria. Aproveite sem moderação. Francisco Samonek, educador e empreendedor social ativista na Amazônia brasileira, é fundador do Polo Probio, uma instituição que trabalha na área ambiental com ações que aliam desenvolvimento comunitário, inovação e cultura.

O objetivo do Polo é fortalecer as comunidades tradicionais e indígenas, dando acesso à tecnologia. Os produtores, uma vez empoderados, podem empreender e fabricar produtos com maior valor agregado, competitivos no mercado. As comunidades produzem e criam então as suas próprias peças, ao invés de vender matéria-prima para a indústria.

Para ele a Amazônia, fonte de infinitas riquezas, doa sua beleza gentilmente a quem sabe aproveitá-la com respeito. E quando se une o conhecimento ancestral das comunidades indígenas, o saber dos antigos seringueiros e a ciência, o resultado é tanto inspirador quanto transformador.

Fundador da marca SERINGÔ, a partir da mistura do látex com fibras vegetais, Samonek explica que o material foi desenvolvido através da união das pesquisas acadêmicas com o forte conhecimento da tradição dos povos amazônicos.

Os experimentos com o material iniciaram há mais de duas décadas, no Acre. O resultado foi a criação de uma linha de produtos diversificada, com design moderno, sofisticado, que inclui calçados, jogos americanos belíssimos e sousplats. Eles são inspirados nos formatos únicos e nas texturas e cores das folhas da Floresta. A folha Capeba, a Vitória-Régia e a Apuí, são alguns exemplos das folhas utilizadas no design dos produtos. O grande diferencial dessas peças é a tecnologia social aplicada a elas. O processo industrial, agressivo, cheio de componentes químicos, de maquinários nocivos à Floresta, foi transformado em um processo artesanal de manuseio do látex, dispensando até energia elétrica, máquinas ou estufas. Os recursos naturais, no Polo Probio, são utilizados de forma respeitosa, consciente e traçam uma relação de troca com a natureza, sem destruição.

Levando o Brasil por onde vai, Francisco traz um semblante forte, autêntico e é firme em sua fala, é ele quem narra a seguir sua própria história de vida, alicerçada sempre pelo benefício a outras vidas na Floresta.

Minha história,

feita de sonhos e histórias reais do povo da floresta

 

“Vou contar um pouco dos meados da minha vida, onde sonhava em ser rico porque sempre fui uma pessoa de origem humilde na pequena agricultura familiar no interior do Paraná.

Quando a gente conquista um espaço melhor sempre sonha ter algo maior, mas lutando…

Surgiu uma oportunidade na década de 80 para eu vir para a Amazônia para plantar seringueira, que era o melhor projeto nacional com o maior recurso governamental

envolvendo a região.

As terras na Amazônia eram bastante baratas na época, e portanto vendendo um pedacinho de terra no Paraná iria comprar um caminhão de terra aqui na Amazônia.

Foi o que fiz. Fui então para o interior do Acre, no município de Tauaracá, comecei minha vida na Amazônia por lá. Não havia estrada para chegar, 80% da população de Tarauacá não conhecia Rio Branco, a capital, porque a população é paupérrima. 15 mil habitantes no município, 6 mil na cidade e 9 mil no Seringal.

A maior parte era seringueiro que produzia borracha naquele sistema tradicional ainda, 70 ou 80 quilos de borracha.

E tudo isso vinha de balsa pelos rios, saindo lá da cabeceira do Peru onde aquela enxurrada de água trazia o balseiro de borracha para a cidade.

Chegando lá me instalei comprando a terra, fiz todo aquele projeto inicial encaminhando para captação de recursos com o banco que simplesmente olhou para mim e disse que infelizmente o

programa estava acabando, eu havia pego a última programação e não sairiam mais financiamentos. Vivíamos uma transição de governo.

Naquele momento eu já estava lá, já havia investido todo meu dinheiro e não haveria retorno se eu quisesse vender o que já tinha comprado. Então lá fiquei. Sou formado em letras, resolvi escolher ser professor, eu era o único com licenciatura plena na região.

Fui convidado para conversar com o governador numa das passagens dele pela cidade, que disse que gostaria de me contratar como professor no dia seguinte aquela conversa.

O que foi uma honra. Cheguei na escola, a diretora logo me convidou a fazer parte da chapa eletiva ao lado dela para concorrer a direção, porque isso nos fortaleceria.

Fizemos então um acordo que nos dias em que eu estivesse no seringal ela seria minha substituta em sala de aula, desta forma continuei meu trabalho no propósito inicial. Em contrapartida eu a ajudava na gestão da escola, atualizando certificados. Meu segundo ato foi colaborar para o reconhecimento da escola pelo Conselho Estadual de Educação, pois era uma escola de ensino médio, a única no município.

Conquistamos um muro para a segurança da escola que ainda não existia quando chegamos lá.

Me aposentei como professor de ensino na Secretaria de Educação do Acre pelo ensino médio, e percebi que ao não

conseguir plantar seringueira poderia ir para o lado da borracha nativa, comecei então a ajudar os seringueiros.

Montamos uma Cooperativa.

Em 1986 com o plano cruzado, quebramos. Quando saímos do plano cruzado cheios de problemas, com tudo congelado e com financiamento no banco, eu tinha dez toneladas de borracha e precisava ter trinta para pagar o financiamento porque o valor da borracha estava congelado e o juros correndo.

Nos reunimos então na Cooperativa e fui defender os produtores. Consegui convencer o banco a renegociar essa dívida de todos eles. Conseguimos mais recursos para que ninguém vendesse a borracha a preço inferior e ao mesmo tempo busquei criar a oportunidade de estruturar uma Usina de borracha para o município.

Fui bater nas portas de Brasília para buscar recursos para a Cooperativa financiar a Usina.

Conseguimos.

Passamos a produzir cem toneladas de borracha para a Pirelli somente em nosso município, o que foi um incremento de renda para a cidade. Aprendi tudo sobre a borracha e sobre o seringueiro nessa época. Nos recuperamos do plano cruzado. Em 89 veio o presidente Collor e deu uma canetada fechando toda a política de governo que existia desde 67.

Extinguiu tudo o que favorecia o mercado da borracha. Extinguiu o PROBOR que era o financiamento de plantio de seringueira no Brasil, extinguiu a TORMB que é a taxa de organização e regulamentação do mercado da borracha.

Com isso se fecharam os escritórios e os abastecimentos para os seringais foram suspensos. Todos os funcionários do governo no setor foram remanejados para o Ibama, que foi criado com a reestruturação.

Todos então saíram do litoral e foram para o nordeste, a fim de cuidar dos projetos ambientais.

Ficamos abandonados.

De 87 a 89 tínhamos muito recurso e de repente tudo acabou. Junto foi embora a área de saúde de todas as comunidades ribeirinhas incluindo o professor rural que também era financiado pelo processo extinto.

Para termos uma ideia, eram nove mil na área rural, nos anos seguintes entre 91 e 92 esse público todo foi para a periferia da cidade porque não tinha recursos para matar a fome no interior. Na cidade havia alternativas e colaboração.

A lógica populacional se inverte, quatro ou cinco mil no interior para 10 mil habitantes na cidade. Todos os municípios da Amazônia passaram por essa forte migração para os centros urbanos.

A terra ficou abandonada, os índios das cabeceiras do rio, no ciclo da borracha, voltaram em direção a cidade ocupando novamente suas terras indígenas.

Essa foi minha história vivenciada.

Em 89 houve a minha segunda queda ou quebra como costumamos dizer. Me afastei da Cooperativa por falta de condições. Fiquei quatro anos fora da Amazônia, fui para o Sul para aprender mais sobre a borracha, incluindo passagem pelo noroeste do estado de São Paulo.

Fui estudar sobre calçados no Brasil.

Em 94 voltei para o Acre e nessa volta constituí uma nova Cooperativa, a COOPERECO, Cooperativa de produção dos Eco Extrativistas da Amazônia, na capital Rio Branco.

1994

Montamos uma outra Usina de borracha, voltada para calçado.

Planejando trabalhar o tecido emborrachado que estava muito em voga por conta da Eco Rio em 92, me propus então a ajudar a resolver os problemas que a borracha apresentava em relação a qualidade dos produtos que estavam sendo criados em 94.

A volta para o Acre

Naquele momento estava passando por uma fase pessoal de separação, minha família havia ficado no Sul, vim sozinho para o Acre de volta.

Entretanto não quiseram minha ajuda.

Disse a eles que teriam um concorrente a partir dali. Eles estavam com problemas no couro vegetal e eu disse que criaria um couro vegetal sem problemas abrindo a concorrência de mercado.

Zelia Damasceno e eu em visita a designer Lidia Abrahim em evento em Belém em 2022

O início da tecnologia social

Criei então um tecido emborrachado que era o couro ecológico. Foi o primeiro produto onde desenvolvi uma tecnologia social.

Precisava entregar qualidade a esse látex para poder emborrachar os tecidos, desconstruí então o processo de vulcanização industrial, que é um processo feito com máquinas na indústria e transformei num processo artesanal para que os seringueiros pudessem ter acesso. Refiz o processo completamente artesanal.

Construí um insumo vulcanizante líquido em que o seringueiro tem acesso através de uma garrafinha – e até hoje eles chamam de garrafinha do Samonek, o seringueiro derrama essa garrafinha no leite que ele colhe da seringueira durante a colheita diária, vulcanizando esse látex, mantendo-o líquido para emborrachar o tecido. Primeiro só se pensava em tecido.

Em 99 eu já estava bem consolidado, era presidente da Associação das Cooperativas no estado do Acre, era membro do Conselho de administração da OCB em Brasília representando a Amazônia.

Há uma frente popular no Acre onde os partidos de esquerda se uniram em 1999 e ganharam a eleição assumindo o governo naqueles anos.

Baseados no trabalho que eu estava desenvolvendo com a borracha, criaram a lei Chico Mendes se apropriando do legado de Chico. Tive dois encontros com Chico Mendes antes dele morrer, e eu tinha feito um acordo com ele que eu seria o elo que cuidaria do Cooperativismo e da Produção e ele seria o elo sindicalista para a articulação política do movimento.

Foi muito legal para nós dois essa conversa.

A morte dele me deixou muito triste em 88, foi uma grande perda.

Eu não tinha como liderar o movimento político do seringueiro.

Meu refúgio em 99

Em 99 a frente popular se apropria e acaba com tudo, cria uma política protecionista no estado para eles se retroalimentarem. Mataram as Cooperativas, criaram uma central no governo com recurso do governo.

Fomos escanteados e não podíamos concorrer.

Fiquei na clandestinidade durante dez anos até que consegui me aposentar fazendo pesquisa. Tive que me refugiar para não ser demitido ou realocado longe do movimento.

Voltei a estudar

Fiz especialização em projetos sociais, fiz um mestrado em agroecologia e manejo de recursos naturais.

Fiz a defesa de meu doutorado dentro do setor da borracha, que é o quero deixar como legado escrito.

2003

Em 2003 estava cursando meu mestrado quando fui convidado pelo antropólogo da universidade do Acre para levar esse trabalho para os indígenas.

Ainda não havia trabalhado daquela forma, ele que era meu professor tinha um compromisso com os índios.

Eu estava atuando no SESI naquele período pela área do ensino agrícola, cedido pelo estado, dando aulas. Falamos com o reitor que aprovou a minha realocação, passei então a trabalhar com a Universidade. Fiquei com eles até me aposentar trabalhando somente com indígenas. Naquele momento o projeto ressurgiu de uma forma muito grandiosa. Voltei a trabalhar com o povo Kaxinawá dentro de uma visão nova com um novo modelo, onde o seringueiro ganhava dinheiro já com tecnologias apropriadas para ele. Hoje digo que o povo indígena que mais trabalha conosco são os Kaxinawá de Feijó e Tarauacá.

Coleta de Borracha da Floresta Estadual do Antimari pela Coopereco, projeto PDA em em 1997 (2)

Borracha – a reviravolta

Eles aprenderam o serviço e estão empoderados nos dias de hoje. Temos nas terras indígenas, em Nova Olinda em Feijó, no rio Envira, vinte e cinco indígenas com nível superior completo através de nosso estímulo. A Universidade Federal do Acre com a nossa ajuda criou cursos de férias para os indígenas.

Os professores vão até eles e entregam um curso intensivo no período de janeiro e julho, um ano intensivo letivo. Zelia é minha esposa e coordenadora de campo desse projeto. Os depoimentos que temos são maravilhosos, de líderes formados graças a esse trabalho.

É maravilhoso você saber que de alguma forma ajudou a mudar a realidade desses municípios com poucas ações.

Trabalhamos com os Kaxinawá, Kaxarari em Rondônia, Apurinã na boca do Acre e no Amazonas, depois fomos para dentro do Amazonas com os Mura em Borba, Mundurucus próximos também a Borba, e fomos até São Gabriel da Cachoeira com os Tukano, Baniwa, Ticuna e muitas outras etnias.

Andamos por tudo e quando me aposentei saí do Acre para buscar espaço físico para trabalhar.

Me mudei para o Pará.

Transferimos então as nossas Cooperativas para Castanhal. O Polo Probio é uma organização civil de interesse público, a Cooperativa detém uma indústria de calçados. Trabalhamos hoje no Marajó que tem 16 municípios e 12 ainda são de florestas com muita borracha e muitos seringueiros querendo voltar a produzir borracha.

Temos um trabalho na Resex Tapajós Arapiuns em Santarém, com duas comunidades dentro da Resex. Estamos agora concentrando nossa produção para entregar escala ao negócio. Fornecemos hoje para a indústria de calçados. Temos cinquenta variedades de folhas feitas em fibras vegetais e látex sem usar nenhuma matéria prima de fora. Vendemos na Bemglô, na Oscar Freire em São Paulo, temos o ator Mateus Solano nos apoiando e estamos comercializando nossos produtos em alguns dos maiores shoppings de São Paulo.

Consolidamos o artesanato dessa maneira com as mulheres tendo uma renda no seringal feita com o látex em fibra vegetal. Em 2014 senti que esse produto não era mais suficiente, fiz um levantamento, fui para as comunidades para entender, afinal, nosso propósito era ensinar os artesãos a comercializarem diretamente seus produtos.

Fiz uma reunião com mais de 60 pessoas com uma única comunidade, eu e Zélia entramos como atores para entender como pensavam sobre tudo. Os maridos colhiam látex e as mulheres produziam os artesanatos. Eles se organizavam para ganhar o seu dinheiro, no formato coletivo.

De repente uma das mulheres levantou a mão e disse que estavam com dificuldades, mas não era para vender e sim estavam com problemas entre maridos e mulheres. Prometemos encontrar uma solução para a situação e para isso separamos as mulheres dos homens em salas onde pudéssemos conversar. Os homens colhiam dois dias no mês e para que a árvore produzisse mais precisamos cortar durante dez dias seguidos, mas para cortar tudo isso precisávamos vender toda essa borracha. Foi então que acordei que se eles retirassem a borracha durante dez dias seguidos, eu garantiria a compra dessa borracha desde que eles garantissem também que as mulheres teriam látex suficiente para continuar a fazer o artesanato.

Transformamos aquela produção em unidades familiares. Cada família com a sua renda e nós viabilizamos o calçado.

Reavivei a Cooperativa, realizamos uma assembleia, eles entraram de sócios – marido e mulher – viramos então indústria de calçados. Compramos máquinas, tivemos muitas grandes conquistas.

Nosso calçado tem uma composição de 70% de borracha e 30% de caroço de açaí. A carga que colocamos no solado, a palmilha, é uma carga vegetal que é misturada com a borracha. Essa é uma patente que está em vias de concessão, é um dos nossos direitos adquiridos.

Tênis sustentável Seringô com matérias primas da Floresta Amazônica

A nossa marca se chama SERINGÔ

Ao adquirir um produto da marca SERINGÔ você está ajudando a proteger a Amazônia e sua rica biodiversidade. O homem e a natureza vivendo em plena harmonia.

As comunidades, a cultura e os modos de vida locais mantêm uma identidade de vida própria, que cuida da floresta e dos animais, promovendo um manejo seletivo e de baixo impacto.

SERINGÔ é uma marca amazônica de negócio social, que se reinventa e revoluciona a produção de borracha natural de Florestas nativas.

São técnicas indígenas ancestrais aliadas a novas metodologias simplificadas e participativas, gerando processos e produtos 100% sustentáveis de transformação do látex nativo em produtos de mercado, com impactos sociais, ambientais e econômicos.

Unidades familiares de produção de borracha e artesanato orgânicos, promovendo trabalho e renda e estabelecendo uma relação de igualdade financeira entre gêneros.

A seringueira nativa está sem defesa atualmente e nós precisamos defendê-la.

Eu sou muito firme em minhas posições, sempre fui. Não gosto de me sentir refém de nada. A pior coisa é você ter que compactuar com o que não deseja.

O governo do Pará lançou um programa para incentivar a borracha nativa envolvendo mil famílias no Marajó denominado Marajó Sustentável e nós teríamos essas mil famílias como multiplicadores para atingir dez mil famílias, o que daria uma bagagem de produção muito grande além da melhoria da qualidade de vida dessas pessoas em relação a suas rendas.

Nosso preço da borracha é em média, 3 a 4 reais o quilo, nós pagamos 10 reais o quilo ao seringueiro extrativista.

Fomos chamados a dar sustentação na compra da borracha. É preciso expertise para executar o projeto. Nesses lugares em que nós estamos, longínquos, de difícil acesso, o governo não consegue chegar com facilidade, ali a população cria mecanismos de vida própria. E o conhecimento que eles têm é o da borracha, não tem outro, o extrativismo é que prevalece.

Essa é a minha tese, ao invés de levar um agrônomo ou técnico para fazer assistência técnica e desenvolver tecnologias sociais estou usando multiplicadores locais. São os próprios comunitários que são qualificados para fazerem assistência técnica. Você esbarra num problema grave que é a falta de escolaridade, 30% da nossa população no Marajó assina ainda com o dedão, incrível isso, não é? … mais de 50% copiando o nome, não sabe ler e nem escrever. Mesmo sem escolaridade eles têm capacidade de ser bons orientadores e professores. A seringueira nativa está sem defesa atualmente e nós precisamos defendê-la.”

A felicidade de Samonek em cada peça desenvolvida com borracha